quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Releituras do Semestre 2009/2 EJA

Com as leituras dos textos deste semestre sobre o EJA, Letramento, filmes,
pesquisa, saída de campo, discussões nos fóruns, pelos colegas refleti sobre a
atuação do professor. A valorização da cultura destes alunos deve ser o ponto
central do trabalho a ser desenvolvido com os mesmos, pois a sua experiência
torna-se de grande valor de proporcionar a aprendizagem, já que se estará
trabalhando assuntos do seu dia-a-dia, vivência e realidade. Quanto maior a
experiência e o domínio da leitura e da escrita por uma pessoa, maiores serão
seus recursos para criar novos pensamentos e ações, também mais amplos e
profundos serão as construções de sentido da escrita e de seus usos.

O professor deve ir buscando com muita responsabilidade, questionando,
respeitando o limite do aluno, e através do conhecimento da realidade (do
aluno), inserindo novos conceitos, valorizando sua potencialidade. O professor
da EJA deve ensinar de maneira diferente como se ensina a criança: com
conversas orientadas e dialogadas, proporcionando aos alunos espaço para
que eles se expressem, para que participem como cidadãos, e liberdade para
que eles criem e desenvolvam o raciocínio, formando e atualizando seus
conceitos.

Paulo Freire (2001, p. 11; p. 21), a esse respeito, assim se pronuncia, na importância do ato de ler :

A compreensão crítica do ato de ler [...] não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas [...] se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente.
[...] a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do mundo mas por uma certa forma de ‘escrevê-lo’ ou de ‘reescrevê-lo’, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente

sábado, 20 de novembro de 2010

Releituras Qestões-Étnicos Raciais na Escola

temas mais relevantes da agend“A reprodução do racismo na escola é um dos a dos movimentos sociais negros, em todo o país. Não sem razão, evidentemente. Por trás das altas taxas de infreqüência, repetência e evasão escolar verificadas entre as crianças negras, existe um denominador comum: a estigmatização e a desqualificação delas em razão do racismo” (Moreira, 1997, p. 102).

Hamacheck (1979) diz que a maioria dos alunos que se evade é por não conseguir tolerar mais fracassos e os sentimentos de baixas auto-estima e autovalorização.
O processo de baixa auto-estima no aluno negro provém do ambiente sócio histórico, reforçado pelas ações da escola sobre esse sujeito considerado “inadequado”, daí a evasão e a repetência apesar dos esforços da família.
A educação de final de milênio, nas Américas, parece necessitar de maior qualificação no que diz respeito à abordagem afro-cultural. A maioria das conclusões sobre a inteligência do povo negro provém de fundamentos circunstanciais mais do que de evidências diretas a partir da psicologia e das experiências sociais dos negros. Considero de fundamental importância um olhar na multiculturalidade existente em nossas salas de aula e especialmente no ethos da tradição africana ainda muito presente que deve ser explicitado principalmente através das 9 (nove) dimensões da expressão cultural que seriam, segundo Boykin (1983,1986): 1) espiritualidade; 2) harmonia; 3) movimento; 4) entusiasmo; 5) afeto; 6) individualismo expressivo; 7) coletivismo (trabalho cooperativo); 8) oralidade e 9)perspectiva do tempo social.
O aluno de origem afro, cuja escola não considere essas dimensões, poderá desenvolver mecanismos de defesa que prejudicariam o desenvolvimento pleno de sua aprendizagem.

Referências Bibliográficas


 ARDOINO, Jaques. Abordagem multirreferencial: a epistemologia das ciências antropo-sociais em questão. SEMINÁRIO

A escola ainda desconhece estas considerações tão importantes para o desenvolvimento do aluno de origem afro. Como educadora negra procuro mostrar sempre a meus alunos de todas as etnias a valorização de todas as culturas dos povos que contribuiram  para o desenvolvimento de nosso país.

20 de Novembro- DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

IDENTIDADE RACIAL
Mexeram no fundo do meu peito
Naquela dor mais funda e profunda
Inconsciente, que dói ser consciente
Oportunizaram o meu grito
Aquele grito de dor
Do que eu sou
Do meu eu verdadeiro
Que nunca pude ser
Que tenho cuidado de ser
O ser que agride
Agride o que me sufoca
O que me atolou
Me usou
E ainda quer me atolar
Me usar
Mas meu grito
Grito sussurrado
Medroso
Ou violento
Que assusta...
E me marginaliza...
Me marginalizam...
Meu Ser Negro
Precisa da África Mãe
Com seu grande peito
Com seu grande coração
Com seus grandes seios
Os dadivosos seios
De Iemanjá
Para aliviar a dor
Funda e profunda
De ser negro no Brasil.
Marilene Leal Paré
(Seminário de Universitários Negros - UFRGS – 1993)

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

ESTÁGIOS SEGUNDO PIAGET


 
Para Piaget, a forma de raciocinar e de aprender da criança passa por estágios. Por volta dos 2 anos, ela evolui do estágio sensório-motor, em que a ação envolve os órgãos sensoriais e os reflexos neurológicos básicos(como sugar a mamadeira) e o pensamento se dá somente sobre as coisas presentes na ação que desenvolve, para o pré-operatório.”Nessa etapa, a criança se torna capaz de fazer uma coisa e imaginar outra. Ela faz isso, por exemplo, quando brinca de boneca e representa situações vividas em dias anteriores”
Outra progressão se dá por volta dos 7 anos, quando ela passa para o estágio operacional-concreto. Aqui, consegue refletir sobre o inverso das coisas e dos fenômenos e, para concluir um raciocínio, leva em consideração as relações entre os objetos. Percebe-se que 3 – 1 = 2 porque sabe que 2 + 1 = 3.
Finalmente, por volta dos 12 anos, chegamos ao estágio operacional- formal. “ O adolescente pode pensar em coisas completamente abstratas, sem necessitar da relação direta com o concreto. Ele compreende conceitos como amor ou democracia.”
Essas informações, bem utilizadas, ajudam o professor a melhorar sua prática. Devemos observar os alunos para tornar os conteúdos pedagógicos proporcionais às suas capacidades.
É na relação com o meio que a criança se desenvolve, construindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.
O professor deve respeita o nível de desenvolvimento das crianças. Não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las agir sozinhas.
Para Piaget, o que permite a construção da autonomia moral é o estabelecimento da cooperação em vez da coação, e do respeito mútuo no lugar do respeito unilateral
Dentro da escola, isso significa democratizar as relações para formar sujeitos autônomos.

Bibliografia: pesquisado na revista NOVA ESCOLA-( Janeiro/ Fev